A reação da prefeita de Aracaju, Emília Corrêa (Republicanos), às críticas feitas à sua gestão expôs um padrão que tem causado forte repercussão nos bastidores políticos da capital. Em meio a uma série de ataques públicos vindos de vereadores, lideranças e comunicadores homens, a única resposta judicial partiu justamente contra uma mulher, levantando suspeitas de seletividade e tentativa de intimidação.
A jornalista Candisse Carvalho tornou-se alvo de ação criminal após publicar conteúdos críticos sobre contratos, vínculos políticos e situações internas da administração municipal.
O material segue a mesma linha adotada por outros opositores: cobrança, fiscalização e questionamento. Ainda assim, enquanto homens seguem criticando livremente a gestão, apenas Candisse foi levada ao campo judicial.
O contraste ficou ainda mais evidente quando o vereador Elber Batalha, um dos críticos mais incisivos da prefeita, chegou a desafiar publicamente Emília a processá-lo, sem qualquer reação até o momento. E o silêncio diante de críticos homens e a escolha por judicializar a atuação de uma mulher ampliaram o desgaste político da gestão e fortaleceram o discurso de perseguição.

