A grave denúncia feita por Victor Travancas, então assessor de Ações Estratégicas da Casa Civil do Rio de Janeiro, ganhou força nacional ao expor, de dentro do próprio governo estadual, acusações diretas contra o sergipano André Moura (UB). Em carta encaminhada ao governador Cláudio Castro (PL), ele pediu exoneração e justificou sua saída por “profunda inconformidade” com a permanência de AM na Secretaria de Governo. No entanto, diante das acusações, o pré-candidato ao Senado preferiu apelar para o vitimismo, tentando transformar o episódio em ataque pessoal ao invés de enfrentar o teor do documento.
Travancas citou que, embora o STF tenha extinguido a punibilidade de André Moura em um dos processos por crimes contra a administração pública, isso não apaga os fatos e práticas que, segundo ele, afrontaram os princípios da administração pública.
A denúncia mais grave, porém, foi a alegação de que Moura mantinha relações com o crime organizado, sustentada por registros públicos do ex-deputado ao lado do traficante TH Joias, nome associado por autoridades do Rio de Janeiro ao Comando Vermelho.
Mesmo diante da gravidade do que foi revelado, André Moura evitou responder diretamente aos pontos levantados por Travancas. Optou, em vez disso, por recorrer ao discurso de perseguição, tentando se colocar como alvo de injustiças e desviar o foco das acusações detalhadas na carta. Essa reação reforçou ainda mais o desgaste, já que o documento não partiu de adversários políticos, mas de um integrante do próprio governo do Rio, onde Moura ocupa uma das pastas mais estratégicas.

