A filosofia ensina que a mentira mais perigosa é aquela contada com aparência de verdade. E é justamente nesse sentido, em que o fingimento domina, que Valmir de Francisquinho (PL) construiu sua trajetória. Por trás do discurso vitimista e das palavras ensaiadas, há um político que domina a arte da manipulação, que se faz de injustiçado para disfarçar o que de fato o condena.
Nesta semana, por exemplo, o prefeito de Itabaiana foi condenado novamente por improbidade administrativa no caso do Matadouro, após ter tentado, sem sucesso, firmar um acordo de não persecução civil, o que nos bastidores foi visto por lideranças, imprensa e pelo eleitor como um verdadeiro atestado de culpa.
A decisão o torna inelegível por seis anos, além de impor pagamento de multa e ressarcimento aos cofres públicos, num valor que o Ministério Público estima em mais de R$ 8 milhões.
E, mesmo diante de mais uma derrota judicial, Valmir voltou a recorrer ao velho roteiro: o do vítima incompreendida, que tenta transformar condenações em injustiças e críticas em perseguição. Em vez de reconhecer os próprios tropeços, prefere atacar o sistema e colocar em xeque a credibilidade do Judiciário, encenando o papel de mártir que ele mesmo escreveu.
Com a popularidade em queda e o nome cada vez mais associado ao desgaste e à contradição, Valmir não é o cordeiro injustiçado que tenta aparentar ser. É o lobo que ruge em silêncio, ainda acreditando que pode enganar os que já aprenderam a reconhecê-lo.

