O senador Rogério Carvalho (PT) protagonizou um dos discursos mais assertivos da reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) nesta semana, durante a sabatina dos indicados ao STM, PGR, CNJ e CNMP. Em meio à análise de nomes como Paulo Gonet, Jaceguara Dantas e Fábio Francisco Esteves, o parlamentar sergipano fez um alerta que repercutiu dentro e fora da comissão: a relativização da realidade e dos fatos constitui uma ameaça direta às instituições democráticas brasileiras.
Em sua fala, Rogério destacou que a negação de acontecimentos comprovados, como ocorreu na pandemia de Covid-19 e nos ataques golpistas de 8 de janeiro, fragiliza a noção de verdade e compromete a capacidade do Estado de operar com base em critérios objetivos. Ele relembrou as mais de 700 mil mortes registradas no país, criticou a postura negacionista adotada pelo então presidente da República e classificou como “mortal” a disseminação de desinformação que levou milhões de brasileiros a comportamentos de risco. Para o senador, mais de 300 mil vidas poderiam ter sido poupadas.
O parlamentar também fez uma ligação direta entre o negacionismo da pandemia e a construção da narrativa golpista que antecedeu os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília. Rogério foi enfático ao afirmar que o 8 de janeiro não foi obra de “pessoas desorientadas”, mas resultado de uma articulação política e comunicacional que buscou desacreditar o sistema eleitoral e corroer a confiança da população na democracia. Ele lembrou que a lei usada pelo STF para condenar os envolvidos, que tipifica crimes de tentativa violenta de abolição do Estado Democrático de Direito, foi relatada por ele próprio no Senado.
Rogério Carvalho concluiu defendendo que a verdade factual, as instituições e a legalidade devem sempre se sobrepor às narrativas que tentam reescrever a história. Para o senador, preservar os fatos é preservar o próprio Estado Democrático de Direito. “O Brasil precisa de leis firmes, instituições fortes e de agentes públicos comprometidos com a democracia”, afirmou.

