Brigas por espaço, ânsia de poder e muita política refletem a gestão que vendeu moralismo para chegar ao poder
Com apenas sete meses de gestão à frente da Prefeitura de Aracaju, a prefeita Emília Corrêa (PL) já tem demonstrado um claro desvio de foco da administração pública. Em vez de priorizar os desafios e demandas urgentes da capital, o discurso e as movimentações políticas de seu grupo revelam um apetite por poder, chegando ao ponto da própria gestora admitir, nesta semana, a possibilidade de disputar o governo do Estado em 2026.
Na prática, a gestão de Emília segue marcada por improvisos, erros, brigas por espaços, pouca efetividade, ânsia por poder e um volume crescente de críticas, inclusive entre aliados, que reclamam da dificuldade de diálogo e da centralização de decisões, como ocorreu recentemente com sua decisão monocrática dos nomes que apoiará para o Senado, Eduardo Amorim e Rodrigo Valadares, isolando de vez o bloco de Valmir de Francisquinho.
Essas constantes brigas internas por espaço de poder e protagonismo revelam um grupo mais preocupado com vaidades e palanque do que com planejamento e resultados concretos.
E, por falar em jogo de vaidades, não há exemplo melhor para ilustrar esse cenário do que o caso de Ricardo Marques, que virou alvo de uma tentativa silenciosa de apagamento dentro da gestão.
O estopim foi a aprovação de um projeto na Câmara de Vereadores que esvaziou parte das atribuições do vice-prefeito. Mas a situação ganhou ainda mais forma quando Emília anunciou um porta-voz para a prefeitura. A criação do cargo soou, para muitos, como uma afronta direta ao próprio Ricardo, já que é ele quem comanda a Comunicação da gestão.
Lembrando que tudo isso culminou numa das maiores polêmicas da gestão, que já ganhou desgaste com a crise do lixo, a reforma da previdência e outras decisões precipitadas em que o povo pagou o preço.
No meio disso tudo, os aracajuanos seguem à espera de uma gestão que entregue mais e prometa menos. Mas, pelo visto, parte da equipe da prefeita já está com os olhos voltados para 2026, mesmo sem ter conseguido, até aqui, consolidar uma administração minimamente bem avaliada na capital.