A tentativa de vender unidade política no grupo que Valmir de Francisquinho (PL) liderou até outrora começa a esbarrar na realidade dos bastidores. Embora, nos últimos dias, as fotos públicas e discursos em rádio tentem transmitir harmonia, há sinais claros de que o projeto político que já foi liderado pelo prefeito de Itabaiana está atravessando um momento de turbulência interna.
Desde o início do ano, Valmir adotou um tom mais firme em entrevistas e encontros políticos, enviando recados nada sutis a antigos aliados — especialmente ao grupo liderado por Edvan Amorim, Emília, Thiago ou sabe la quem. Em vez de acenos de conciliação, o que se viu foi uma cobrança pública por mais protagonismo e espaço nas decisões, que expôs as rachaduras que já se comentavam nos bastidores.
A movimentação deixou claro que há mais disputas internas do que se quer admitir. Valmir quer mostrar força, mas seus últimos gestos revelam desconforto, impaciência e a tentativa de reposicionar seu grupo num tabuleiro onde as peças não parecem mais caminhar em sintonia.
Para aliados mais atentos, a mensagem é evidente: há insatisfação com os rumos do bloco político e uma sensação crescente de que o discurso de “união” serve mais à estética do que à prática. Lideranças que antes eram tratadas como aliadas fiéis hoje se sentem ignoradas, enquanto decisões estratégicas têm sido tomadas de forma centralizada, sem diálogo ou alinhamento.
A base que sustenta Valmir está pressionada, e o risco de um racha definitivo cresce à medida que o grupo ensaia os passos para 2026. A insistência em manter o controle absoluto da narrativa pode, ironicamente, colocar em xeque o próprio controle do projeto político.
Porque, no fim das contas, alianças se constroem com confiança — não apenas com fotografia.