A prefeita de Aracaju, Emília Corrêa (PL), desde que trocou a cadeira do Legislativo pelo comando da capital tem se mostrado cada vez mais contraditória. Em apenas seis meses à frente da Prefeitura, a ex-vereadora acumula conflitos sucessivos com a Câmara Municipal, exigindo da sua base uma obediência quase cega e tratando com desdém qualquer voz dissonante, mesmo que venha de aliados.
Emília tem dado demonstrações claras de que deseja uma Câmara totalmente submissa, onde o papel do vereador se limita a dizer “amém”. Críticas? Nem pensar. Reclamações? Motivo para retaliação.
A prefeita quer uma gestão sem oposição, sem debate, sem incômodos. Um mar de flores fabricado, onde tudo funcione sob sua vontade. É o oposto do que pregava quando era vereadora. Ela prometeu romper com o sistema, mas acabou criando o seu próprio.
Se antes falava de “gestão fora da bolha”, hoje vive dentro de uma construída por ela mesma cercada por bajuladores e alheia às críticas, inclusive vindas de quem ainda tenta alertá-la dentro da sua própria base.
O resultado dessa postura já aparece: clima pesado na Câmara, dificuldade de diálogo com parlamentares e crescente insatisfação nos bastidores.